sexta-feira, abril 20, 2007
E o que deu o SunTechDays
No fim das contas, as palestras estavam todas atrasadas mais de hora e a que eu queria assistir ficou muito tarde. Poisé, fica pro próximo ano...
O que valeu mesmo foi ver um carinha dançando pra ganhar uma jaqueta (mó legal a jaqueta). O cara literalmente "se desdobrou", só quem estava lá pra entender. Nunca ri tanto!
Ronie no SunTechDays
(essa porcaria de computador do evento nao estah com os acentos configurados... jah viu como vai sair o post)
Depois de todo esse tempo mexendo com Java, resolvi vir a um SunTechDays pra "tirar a virgindade..."
Vim soh hoje de manha (dia 20) e pulei o dia 19. Evento bem organizado, tudo muito bonito (sem brincadeira, eh bonito mesmo!). Fui experimentar a palestra do Bruno Souza... ai... ai..., mesma pagacao de pau de sempre, tive que sair logo, antes que ele conseguisse me convencer de que Java era a primeira maravilha do universo e, se Deus usasse Java, o Big Bang teria sido open-source e que eu conseguiria fazer ele no meu celular... Mas o cara eh o "Javaman", entao tah certo.
De resto, soh estou esperando, espero que a palestra sobre Scripts rodando na VM seja boa. Pena nao poder ficar o evento todo...
quarta-feira, abril 18, 2007
Grandes decepções
Eu estava comentando com uns colegas sobre "grandes idéias brochantes", ou seja, idéias que inicialmente pareciam muito boas, mas que depois descobrimos alternativas melhores, ou descobrimos que não eram lá tão boas assim.
[AVISO! O conteúdo a seguir é de alta octanagem e pode causar flame wars ao menor contato com trolls e outros cabeçudos de plantão. Lembre-se que essas opiniões são baseadas na minha experiência pessoal. Sua opinião pode ser diversa e sua experiência pode ser outra, por isso, se quiser dizer que estou errado e sou um idiota, seja no mínimo educado, pra não passar por troll. (E se me ofender, vou aí chutar sua bunda!)]
Vou colocar meus 2 centavos de "grandes idéias brochantes" que aconteceram comigo:
Brochante 1: RUP
Em idos de 1998, quando descobri RUP, achei que era "O" processo. Que a coisa era a solução definitiva para os problemas de projetos de software mal feitos. Comecei a estudar com afinco, e pensei "Nossa, quanta coisa! Mas um bom processo deve ter definição pra TUDO, então tá certo."
Depois, tive que fazer um projeto que usávamos um pouco de RUP. No início achei que tínhamos problemas porque estávamos usando pouca coisa, aí aumentamos nossa "aderência" ao RUP. Resultado: tempo gasto com documentação, menos desenvolvimento, documentos desincronizados, mais tempo com documentação, menos desenvolvimento... e no final, ainda muitos bugs e nenhuma estimativa confiável. Fiquei meio com um pé atrás, será que eu tinha errado? Primeira experiência com a coisa, acho que não tinha usado certo.
Aí conheci XP. Primeiro projeto besta que apareceu, experimentei. Ótimos resultados. Apareceu um projeto grande, experimentamos XP. A cada prática que colocávamos do XP, melhoravam os resultados. Conclusão: brochei do RUP.
Brochante 2: SOAP
A primeira vez que vi, achei que web services com soap eram a melhor invenção desde o pão fatiado. Ainda mais a integração que ele tinha com a plataforma .NET, super simples e fácil.
Um pouco mais tarde, descobri que o negócio era meio complicado, já que, fora do .NET, mexer com SOAP era um pesadelo (era o tempo do Apache-SOAP ainda, nem existia o Axis).
Daí, tive que fazer integração com alguns clientes que estavam usando simples "XML Vai, XML Vem" (protocolo "XV2") com posts e gets. Foi simples, fácil e muito rápido. Pronto, brochou geral. Hoje minha mente buzina "muita solução pra pouco problema" toda vez que penso em SOAP. E olha que isso foi antes d'eu conhecer RESTful Web Services.
Brochante 3: Aspectos
Quando conheci aspectos, achei a coisa mais poderosa do mundo. Simples, não intrusivo e resolvia grandes problemas.
Comecei a estudar. Até ajudei um colega a fazer um chat P2P de brincadeira em que a encriptação das mensagens era feita por aspecto. Colocava aspectos, pum, mensagens encriptadas; tirava aspectos, pam, mensagens plain text. Fantástico! Comecei a sonhar com uma camada de persistência não intrusiva, toda feita com aspectos.
Aí conheci RUBY e o "alias". Fiz tudo que fazia com aspectos sem esquentar a cabeca com pointcuts, advices e outros blah blah blahs. Resultado: brochei de Aspectos.
Hoje, quando Aspectos me vêm à mente, tem uma tag mental escrita: "classes abertas + alias, ponto final". Já tentei não pensar nisso, mas não adianta, encalacrou...
Brochante 4: Portlets
Quando vi, achei uma boa idéia. Era a componentização para web, finalmente! Com um pouco mais de trabalho, a idéia serviria pra fazer componentes que poderiam ser utilizados em aplicações "não-portal". Comecei a estudar...
De cara, achei muito tosco, submeter todo o form e tentar manter o estado de cada Portlet era uma gambiarra sem fim... Mas vá, ossos do ofício, já que a web funciona assim. Comecei a achar que componentes pra web não eram lá uma idéia muito boa (ainda acho isso...).
Aí apareceu o Gmail, com intenso uso de AJAX. Olhei pros Portlets, pensei em como fazer eles em AJAX e pensei... "poisé, tou perdendo tempo"...
Sei que AJAX tem muitas limitações, conheço elas porque uso muito AJAX. O que só reforça minha idéia de que "aplicação web não pode ser pensada como se fosse desktop". Mas sinceramente, entre eles e Portlets... :
Brochante 5: Java
Essa foi engraçada, brochei antes de conhecer a linguagem.
Em meados de 2000 eu trabalhava com Perl Orientado a Objetos (é... existe sim), e fiquei curioso quanto ao Smalltalk, já que todos os lugares falando sobre orientação a objeto mencionavam Smalltalk de um jeito ou de outro. Resolvi aprender...
Fiquei maravilhado com a linguagem: simples, poderosíssima, ambiente integrado onde eu alterava os sistemas "à quente". UAU!
Aí apareceu a oportunidade de trabalhar com Java, uma vontade que eu tinha desde os tempos de faculdade, pois todo mundo elogiava. Cheguei cheio de espectativas: "Java é bem mais novo, é orientado a objetos e deve ter todos os conceitos do Smalltalk, mas com tipagem forte!" ... Frau frau frau... Brochação geral... Collections ridículas, sem closures, pouca extensibilidade, ciclo de compilação full e nada de alterar a coisa "à quente". E a tipagem estática mais atrapalhava do que resolvia.
Conclusão: Hoje gosto muito do Java e desde lá venho usando ele 8 horas por dia, 5 dias por semana. Mas se me perguntarem se é a melhor linguagem pra programação... beeeeemmmm... tenho saudades de collections com closures...
Lições aprendidas...
O que foi que aprendi com essas "brochações"?
Aprendi que nem toda idéia do "mainstream" é uma boa, e a olhar propaganda com muita desconfiança. Aprendi que é bom olhar o underground da computação em busca de idéias novas, ou pior, de velhas idéias fantásticas que nunca caíram no gosto da maioria.
Hoje sei que sou um programador melhor a cada vez que gasto tempo aprendendo algo que me faz pensar diferente... ando aprendendo LISP... espero que dê frutos (já deu, pra ser honesto)
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