quinta-feira, maio 03, 2007

Estaticamente trabalhoso

Tava observando um amigo meu trabalhar em um framework ontem e percebi umas coisas interessantes. O processo foi mais ou menos assim: O framework era em Java e ele precisava pegar uns registros no banco de dados pra montar uma combo. O framework tinha sido criado em cima do Hibernate e já cuidava de toda parte xarope de sessions e afins. Pra pegar os dados ele criou um Criteria e passou pro framework. Como não havia um DAO para aquele objeto, ele precisou criá-lo, declarar a coisa no Spring e montar o método que buscava o DAO de lá (tá acompanhando? Se perdeu? Inda não acabou). Para preservar a tipagem estática e encapsular as chamadas nas camadas corretas, ele ainda teve que fazer mais três ou quatro declarações de métodos onde a única diferença era o tipo da variável. Fiquei observando e percebi que a única coisa que realmente havia mudado era o Criteria, o resto, todo o resto incluindo o DAO, só foi feito para preservar a tipagem estática e "isolar" as camadas (isso mesmo, "isolar" entre aspas. Tenho ressalvas com isso, mas é papo pra outro post). Não acho tipagem estática ruim e não estou pregando contra divisão de software em camadas, mas fiquei me perguntando o quão longe a gente vai e o quanto a gente complica as coisas onde não há necessidade real. Nesse exemplo não havia. Um simples hql "select x from Classe as x" enviado para um DAO genérico resolveria de sobra. Será que a gente não anda inventando mais coisa do que seria necessário só por questões de "assim o desenvolvedor idiota não vai usar errado" e "assim fica mais flexível"? Precisamos de verdade dessa proteção e dessa "flexibilidade"? O tempo passa, vou ficando mais cético. Só queria saber se pra bem ou pra mal.

Um comentário:

  1. Anônimo12:16 PM

    Cara também passei muito por isso no .NET e usando o NHibernate tb, criava uma classe DAO pra tudo que se imaginar.

    O resultado era uma avalanche de classes e camadas onde muitas vezes eram situações simples como essa, "alimentar um comobo", pior que achava aquilo o máximo!

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